quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Carta endereçada à razão

Cara amiga e companheira (pelo menos do meu ponto de vista), tenho hoje umas reclamações a fazer.
Estou beirando os 18 anos. Em toda minha curta, mas proveitosa, vida nós tivemos várias fazes no relacionamento. Desde sempre, eu acho que eu a possuo. Sou a dona da razão, quase sempre. As vezes, abro mão de você, amiga. Acredito, porém, que não se incomoda com isso, isso até lhe alivia.
Quando eu era mais nova, muitas vezes esquecia de você. Saia e deixava você em casa. Às vezes, tu aparecia junto com meus pais. Mas, como eu fui feliz quando fazia isso!
Vivia como eu queria. Me ferrava muito mais, mas aprendia. Sofria, me decepcionava, me dava mal, mas eu vivia, era feliz!
Penso que, talvez, se eu fosse burra, ou tivesse qualquer dificuldade de aprendizagem, eu seria mais feliz agora.
Você tem dominado minha vida. Penso demais, sinto de menos. Sinto saudades, isso eu sei. Mas, amor?
Estou fria, pareço uma pedra. Evito qualquer sentimento que possa me machucar. Não sei mais o que é mais se apaixonar. E é nessas horas que eu te odeio!
Odeio, mesmo. Odeio o seu negativismo! "Você vai sofrer, vai perder uma amizade, vai se arrepender". Estou prestes a cortar relações com você.
Agora, eu quero apenas um tempo. Um tempo pra eu rever minhas prioridades, tempo pra eu sentir de verdade e, quem sabe, me apaixonar.

Um comentário:

Kenner Grings disse...

Admiro o seu jeito de escrever... mto bom de ler o que vc escreve... Parabéns...

Mas sobre o texto... assim que acabei de ler lembrei de uma música e logo fui ouvir.. Olhos vermelhos do Capital Inicial.. tem um trecho que é "Parei de pensar e comecei a sentir"...
Sou mto da ideia do equilíbrio, apesar de muitas vezes não conseguir tê-lo, mas é um conceito que tenho.
Realmente, há coisas que, na minha opinião, devem ser feitas sem pensar e apenas deixar que os sentimentos nos levem aonde querem chegar, mas por outro lado há coisas que devem ser pensadas e não devem ser feitas sem a razão... é complicado...mas devemos ter o cuidado para não nos permitirmos ficarmos "frios", devemos permitir que o calor chegue até nós e isso envolve riscos como tudo na vida. Quando se entra em um relacionamento temos que assumir e aceitar esse risco de talvez nos machucarmos, ou machucarmos alguém, mas se não assumirmos esse risco de permitir que o "calor"(sentimento) chegue até nós corremos o risco de ficarmos frios, pedra como citou. São riscos que de qualquer forma corremos, decisão de em qual lado se quer estar.... cruel decisão talvez... que de qualquer forma sempre tomamos...
Na minha opinião, os sentimentos nos proporcionam ótimas coisas que vale a pena assumir os riscos... já me decepcionei, me machuquei feio.... mas hoje penso que não posso impedir que pessoas novas cheguem até mim porque já me quebrei alguma fez, afinal ninguém é igual e "é sempre amor mesmo que mude".