domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quem cala consente

Tinha eu lá meus 9, 10 anos e estava assistindo um culto na igreja.
Meu pai estava dando o culto. Devia ser uma data especial, pois a igreja estava cheia.
Estava eu sentada em um banco mais para trás, o que não é muito comum. Entre a mensagem e a oração, entra um homem na igreja. Lembro-me de suas roupas gastas, de seu olhar perdido. Entrou, perguntou a alguém quem era o pastor. Estava se dirigindo para a frente, chamando o pastor.
Os homens que estavam lá fora, que cuidavam do sino, e um homem de cabelos pretos, do qual eu não me recordo o nome, mandaram ele se retirar da igreja. Ele saiu, contra sua vontade.
Disseram que ele estava bêbado. Uma mulher mais no fundo da igreja disse que ele havia lhe dito que só queria comida. Se estivesse bêbado, isso diminuiria a fome dele? Ou a vontade de comer?
Lembro-me da cena do homem de cabelos pretos pegando o celular e lingando para a polícia vir pegar o homem.
Quando estava saindo da igreja, lembro que o homem estava sendo preso. Perguntei à minha mãe o que ele tinha feito, e ela respondeu que ele só estava sendo levado porque não queria sair.
Até hoje eu me arrependo de ter calado diante daquela situação. Infelizmente, não fui a única, ninguém da igreja falou alguma coisa.
Fiquei tempos refletindo aquela situação. Hoje, durante o culto, lembrei-me dela e me arrependi dessa atitude.
Lá na paróquia existia várias grupos de ajuda: PPDs, assistência social, AA, e outros diversos grupos em que as pessoas poderiam se integrar. Eles realmente ajudavam as pessoas. Isso o que eu acho mais estranho, como as mesas que fazem o bem, não são capazes de ajudar uma pessoa na hora que ela mais precisa.
Mas eu também não ajudei, eu calei, consenti. Como todo mundo faz com as injustiças. Calam, consentem.
São pequenas ações assim que mudam o mundo, e no caso, para pior.
Só para relatar minha revolta aqui quando calamos, e consentimos essas coisas.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Abram alas para o fracasso.

Vocês já notaram como sou uma aberração? Ou uma mentirosa?
Meu namorado ontem disse que não acredita em mim. Minha mãe disse que não acredita em mim agora. Aposto que você também não acredita em mim.
Não os culpo por isso, eles estão certos. Eu sempre traço objetivos, falo que vou fazer, e brigo com quem duvida, mas eu nunca faço. Eu sou um fracasso. Se eu te disser qualquer coisa relacionada ao futuro, não acredite. Provavelmente eu não vou fazer.
Sou daquelas que sonha, diz, mas alguma coisa sempre impede. Seja o medo, a preguiça, uma dor de garganta, uma briga, a gula. Qualquer coisa é motivo para adiar meus planos, qualquer coisa.
Eu vivo em constante guerra comigo mesma. Sempre me enfrentando. O ruim, é que a outra parte é mais forte. É minha gente, eu sou fraca.
Também eu vivo do amanhã, e o amanhã nunca chega. É fato. A oportunidade certa não chega, o momento certo não chega. Quando meu inconsciente vai perceber isso?
Estou cansada de mim mesma. Não me agüento mais. Sou um fracasso total.
Não adianta nem dizer que vou mudar, não mudo mesmo.
Vocês lendo isso vão até pensar que não funciona porque eu não acredito que vai funcionar. Mentira. Eu, mais do que ninguém, acredito em mim. Eu sei que eu posso mudar. Esse é o problema, eu posso, eu tento, eu não consigo.
Cansei também. Não acreditem mais em mim, eu não sou capaz.
É, por mais capaz que eu me descreva, sou incapaz. Isso é culpa dos meus pais, em parte, que sempre falaram que eu era capaz. Tinha na minha cabeça que eu era capaz de tudo o que eu quisesse. Que tudo estava ao meu alcance.
Bem, se eu continuar assim (e acho difícil mudar), nada esta ao meu alcance. Eu provavelmente vou trabalhar a vida inteira como caixa de supermercado.
Não me digam que isso é mentira, não me digam que eu sou capaz. Não quero isso agora.
Mentira, quero sim, quero continuar acreditando que eu sou capaz de tudo, quero que as pessoas não duvidem de mim, quero que acreditem que eu posso, quero que me consolem e diga que isso é só um mal momento.
Mas eu sei que a vida inteira não é um mau momento, e a minha vida inteira foi assim. Meus pais sempre me falaram isso.
Eu quero tanto mudar, mas não luto por isso. Luto sim, interiormente. Mas parece que está cada vez mais perto de acabar essa guerra, e o mal está ganhando. Eu não quero que isso aconteça. Ajudem-me .
Não agüento mais.


p.s: Desabafei, não estou louca.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

[O Teatro Mágico - Ana E O Mar]

[Fernando Anitelli]
Veio de manha molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar... e se entregou ao vento
O sol veio avisar... que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar... Ana, o céu e o mar

Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada num farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol

Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar

Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar

Ana e o mar... mar e Ana
Historias que nos contam na cama
Antes da gente dormir

Ana e o mar... mar e ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar

Quando Ana entra n'água
O sorriso da ma-drugada
se estende pro resto do mundo
abençoando ondas cada vez mais altas
barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
desse novo amor... Ana e o mar

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Adeus pingüim, idéia e vôo

Sinceramente, vou ficar maluca sem as suas presenças em minha vida.
Não existe mais tremas por aqui, nem acento em éia e ôo. O não-acento em éia é de matar. Mas, isso facilitará a escrita das pessoas, mas não a minha. Os outros até são aceitáveis.

Vim escrever pra dizer que, finalmente, estou de volta. Estou começando a me preparar para voltar as aulas. Também to tendo idéias para o site.
Tanto faz.

Fim