domingo, 29 de março de 2009

Ao meu mais assíduo leitor

Desde os primórdios deste blog, és tu, sem sombra de dúvida, o meu mais assíduo leitor.
É difícil falar de ti, tu és uma pessoa difícil. Saber o que se passa pela tua cabeça é uma tarefa árdua, por isso me encanta tanto ser tua amiga. É incrível pensar o tanto que mudaste durante estes 2 anos. Do final do primeiro ano até agora, mudaste tanto. Tudo mudou.
Procuro resquícios daquele guri na dele, e só. Aquele guri super, ultra, mega viajado e estranho. Sinto falta do guri que era o meu grande amigo, daquele verdadeiro, com pensamentos verdadeiros e originais. Sinto falta das intimações a correr na pista, a caminhar pela cidade. Posso até dizer que sinto falta da tua estranheza.
Pra mim, nunca foste anônimo. Pro mundo, sim. Creio que o anonimato muitas vezes lhe cai bem, mas não sempre. Fico feliz por ter saído tanto do anonimato, mas sinto tua falta. Sinto falta do meu anônimo. Do amigo que dizia que meu computador deveria ir para o museu. Daqueles segredos que compartilhávamos também.
Claro que também é ciúmes, me conheces bem, mas é mais saudades.
Ah, saudades! Por que não me traz de volta?
Não quero que sejas apenas mais um. Não quero que esse mundo te suba a cabeça. Volta a dizer que devo abrir o New Times of Dominiqui :D e eu vou voltar a falar que daqui a 10 anos é pra tu me procurar e eu te tratarei como a ótima psiquiatra que serei.

domingo, 15 de março de 2009

Préludio

Uma das coisas que o ser humano mais anseia durante toda sua existência terrena é a liberdade. Algumas vezes acredito que nós, humanos, abrimos mão da nossa liberdade ao entrar nesse mundo, ao aprisionar os outros, ao comandarmos o mundo. O que é a verdadeira liberdade para nós?
Um peixe deve se sentir livre quando nada, sem empecilho algum, como um vidro. Um pássaro quando voa e canta, sem estar entre as grades. A liberdade está em seguir os instintos naturais, e os animais os conhecem bem. Diferente somos nós, humanos. Qual é o nosso instinto natural? Quando nos sentimos verdadeiramente livres?
Quando eu penso na liberdade humana, vêm-me a cabeça algumas cenas particulares. A liberdade humana está em pequenos prazeres, em coisas simples que a vida nos proporciona. Está no vento batendo no rosto, na corrida exaustiva, em um dia sem rotina e sem obrigações, na dança, na música, nos nossos talentos, na linguagem usada pela nossa alma para nos expressarmos.

Conto Inacabado

Helena observava o céu, sentada em sua janela no segundo andar. As poucas estrelas que brilhavam por entre as nuvens rosadas ela admirava.

Seu pensamento viaja. Às vezes até alguns metros dali. Deitado na sua cama, ele lia Jorge Amado. Logo ele iria dormir. Acordaria de manhã e no café estaria com os cabelos molhados.

Instantes depois, seu pensamento ia mais longe, uns 60 km dali. Este estava sentado no sofá assistindo a eliminação no ‘reality show’ mais concorrido do país. Em 6 horas ele deveria levantar para ir ao trabalho.

A dúvida havia atingido seu coração em cheio. Trocar o certo pelo pouco provável.

No fundo, Helena sabia o que queria. Sabia, mas escondia tudo aquilo dentro de si. Ela optava pela dúvida, por mais que esta machucasse. A dúvida era uma fuga para a responsabilidade de tomar uma decisão.

Helena tinha medo daquilo. Tinha medo de sentir, de decidir. Ela não queria aquele sentimento, mas ele vinha. Vinha sem pedir licença, sem se desculpar. Ele abria seu coração, fazia um corte.

Êta dúvida maldita. Êta sentimento maldito, adorado.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Perfeito...?

Acreditar no mundo perfeito é difícil pra mim. Todos me falam: não existe. Mas alguma coisa dentro de mim não me deixa acreditar completamente nisso.
Argumentos para deixar de acreditar em um mundo perfeito são muitos, são fatos. E para acreditar, somente um: sentimento.
Ultimamente, tenho acreditado mais em fatos que em sentimentos. Creio que isso não é bom, mas não é completamente ruim. Meus sentimentos me enganam e confundem. Eles sempre pendem para o lado bom. Isso pode ser doloroso, muitas vezes é.
Sonhar, criar expectativas, se entregar a uma paixão. Tudo isso machuca quando não funciona.
Acreditar nas pessoas é essencial para acreditar em um mundo perfeito. E, humanos, como me decepcionam! Isso não seria o bastante?
Mas, o sentimento é burro, é verdadeiro, ingênuo muitas vezes. Ele vai continuar acreditando. E porque o meu sentimento é assim, acredito que o de todos seja assim. Algo sempre nos manda não desistir e acreditar.
Em vida perfeita eu acredito. Uma vida perfeita é apenas uma vida equilibrada. A minha vida perfeita não vai ser a mesma que a tua vida perfeita. Mas, pra mim ela é perfeita.
Este é um problema também. Cada um é um ser individual. Muitos dividem pensamentos, mas cada um é particular. Um mundo perfeito para mim não é o mesmo que para um nazista, por exemplo. Enquanto não se chegar a um consenso, o mundo não será perfeito.
Se todos os povos optassem pelo amor, pela vida, aí sim o mundo seria perfeito, para mim.

Viva la...

Revolution? Vida? Vida loca? Hipocrisia?
Sempre falo que aqui na escola aprendemos muito pra vida, as coisas boas e as coisas ruins. E qual a gente aprende mais, isso depende das pessoas.
De 2007 pra cá muita coisa mudou em mim. Entrei aqui deixando de acreditar em contos de fada. Mas, insistia em acreditar. As pessoas são boas. Em sua maioria, o mundo é bom. Tudo que eu quiser eu sou capaz de ter.
Hoje vejo que não é bem assim. Aprenderia isso de qualquer forma, mas não tão bem quanto aqui.
Gramado preza muito a imagem, é um mundo comercial. As pessoas são criadas lá assim, para ter imagem.
Ivoti é um pouco diferente, mas não é que a imagem é o que importa também? Então, a ficha cai. BAM. Imagem é o que importa.
Vivemos numa ditadura, sim. A mídia controla as pessoas. A imagem é o que vale. O corpo bonito, o carro na garagem, a família reunida no pátio sábado de manhã tomando café e pão com margarina. A mídia tenta vender a fórmula da felicidade.
Todos corremos feito loucos atrás da felicidade. Como eu vou encontrá-la? Compre produtos! Olha como o homem atrai mulheres usando Rexona!
Esse foi um dos pontos bons ter vindo pra cá. Estou um pouco liberta da mídia. Não acredito na busca da felicidade. Também não acredito mais em um mundo perfeito, infelizmente.
Não precisamos procurar a felicidade, ela está aqui, agora.
Brinque um pouco de Poliana! Mas, não o tempo todo.
Caia na real, chore e grite. Mas, se levante e LUTE!
Enquanto o mundo for dominado pela mídia, o mundo está longe de ser perfeito. A hipocrisia existente nela domina o mundo.
Enquanto a mídia continuar essa hipocrisia e continuar dominando a cabeça das pessoas, as pessoas consequentemente vão continuar sendo hipócritas.
A mídia domina nosso pensamento. Enquanto ela fala: Seja feliz! Não se prenda a coisas pequenas! Ela fala: compre mais, a felicidade está nisso.
A vida louca também é tida como exemplo. Deixa a vida me levar... NÃO! Não feche seus olhos. Se importe! Se preocupe, sim! Aproveite a vida pois ela é única. Claro, aproveite. Viva intensamente, mas não esqueça dos outros, não esqueça do mundo.
Devemos abrir nossos olhos, nossa cabeça e lembrar que dentro de nós existe um coração. Temos sentimentos reais. Vamos nos deixar guiar um pouco por eles?

p.s: está confuso? Muito. Mas, o que esperar de mim? :D